
Introdução: De espectadores a participantes na missão de Deus
Muitas vezes, a palavra “missão” evoca imagens de indivíduos extraordinários viajando para terras distantes e enfrentando grandes perigos para compartilhar o Evangelho. Embora os missionários transculturais desempenhem um papel vital e heroico, essa percepção pode inadvertidamente levar muitos cristãos a se verem como meros espectadores ou apoiadores financeiros da missão, em vez de participantes ativos. Surge a pergunta: a missão é apenas para alguns especialistas ou é um chamado inerente a todo seguidor de Jesus e, por extensão, a toda igreja local?
A resposta bíblica é clara e retumbante: a missão da igreja local não é uma atividade opcional ou um departamento isolado, mas a própria razão de ser da sua existência no mundo. A igreja local não foi projetada por Deus para ser apenas um refúgio espiritual seguro ou um clube social para os crentes, mas sim a base de operações divinamente estabelecida para a Missio Dei – a missão de Deus de redimir e reconciliar todas as coisas em Cristo. Cada igreja local é chamada a ser um centro dinâmico que equipa e envia seus membros para serem luz e sal em suas esferas de influência, cumprindo a Grande Comissão de fazer discípulos de todas as nações.
Compreender a missão da igreja local inerente à sua natureza nos ajuda a ver a importância da igreja local sob uma nova luz. Neste artigo, exploraremos como a igreja local cumpre o propósito de Deus no mundo. Investigaremos o mandato missional dado por Cristo, veremos como a igreja funciona como um centro de evangelismo na igreja e um ambiente vital para o discipulado na igreja, entenderemos seu papel como agência de envio missionário e descobriremos a importância do serviço comunitário cristão como expressão do amor de Deus pela igreja e sociedade. Prepare-se para ser desafiado e inspirado a abraçar seu papel na grande aventura da missão da igreja local.
O mandato missional da igreja: A ordem de marcha de Cristo
A missão da igreja local não é uma iniciativa humana ou uma resposta opcional às necessidades do mundo; é um mandato divino, uma ordem de marcha dada pelo próprio Senhor Jesus Cristo ressurreto. Compreender a natureza e o escopo deste mandato é fundamental para que a igreja local abrace sua identidade e propósito missionais.
A grande comissão: Fazer discípulos de todas as nações
As palavras finais de Jesus aos Seus discípulos antes de Sua ascensão, conhecidas como a Grande Comissão, estabelecem a tarefa central da Igreja em todas as eras:
“Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:18-20)
Este mandato é abrangente. A base é a autoridade universal de Cristo. O imperativo principal é “fazer discípulos” (matheteusate), que envolve mais do que apenas converter pessoas; significa ajudá-las a se tornarem aprendizes e seguidores comprometidos de Jesus. O escopo é global: “todas as nações” (panta ta ethne), referindo-se a todos os grupos étnicos e povos do mundo. O processo inclui “ir”, “batizar” (incorporando os novos discípulos na comunidade visível da igreja) e “ensinar a obedecer” a tudo o que Cristo ordenou.
A promessa que acompanha o mandato é a presença contínua de Cristo com Sua Igreja até o fim dos tempos. A Grande Comissão define a missão da igreja local como uma tarefa primariamente discipuladora, com alcance global e sustentada pela autoridade e presença de Cristo.
O poder do Espírito para testemunhar: A capacitação divina
Jesus não apenas deu a ordem, mas também prometeu a capacitação divina necessária para cumpri-la. Em Atos 1:8, Ele diz aos discípulos: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. A missão da igreja local não pode ser realizada na força humana. É a presença e o poder do Espírito Santo que capacitam os crentes a serem testemunhas eficazes de Cristo, superando o medo, falando com ousadia e vendo vidas transformadas pelo Evangelho.
O derramamento do Espírito no Pentecostes (Atos 2) foi o evento que inaugurou a era da missão da Igreja, e o Espírito continua a ser a fonte de poder para todo evangelismo na igreja e esforço missionário.
A igreja como “povo escolhido” para proclamar: Nossa identidade missional
A identidade da Igreja está intrinsecamente ligada à sua vocação missional. O apóstolo Pedro descreve os crentes como “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9-10). Fomos escolhidos e redimidos por Deus não apenas para nosso próprio benefício, mas com um propósito: proclamar Suas excelências, anunciar as boas novas da salvação em Cristo.
Nossa identidade como povo de Deus define nossa missão. Ser a Igreja é ser um povo em missão, chamado para fora do mundo a fim de ser enviado de volta ao mundo como embaixadores de Cristo (2 Coríntios 5:20). A missão da igreja local flui diretamente de quem somos em Cristo.
Compreender este mandato missional, a ordem de Cristo, o poder do Espírito e nossa identidade como povo proclamador, é o ponto de partida para que cada igreja local abrace com paixão e propósito sua responsabilidade na redenção do mundo.
A igreja local como centro de evangelismo: Proclamando as Boas Novas
Se a Grande Comissão é o mandato e o Espírito Santo é o poder, então a igreja local é o centro estratégico de onde o evangelismo na igreja acontece. É na comunidade local de fé que os crentes são equipados, encorajados e mobilizados para compartilhar as boas novas de Jesus Cristo com um mundo perdido e necessitado. O evangelismo na igreja assume diversas formas, desde esforços coletivos até o testemunho pessoal de cada membro.
Evangelismo coletivo: Alcançando juntos
A igreja local pode e deve promover iniciativas evangelísticas coletivas. Os próprios cultos de adoração podem ser evangelísticos, não no sentido de diluir a mensagem para agradar aos incrédulos, mas ao proclamar claramente o Evangelho e criar um ambiente acolhedor onde visitantes possam encontrar a Cristo. Eventos evangelísticos específicos, como conferências, séries de sermões temáticos, projetos sociais com foco evangelístico ou programas para crianças e jovens, podem ser ferramentas eficazes para alcançar a comunidade. Além disso, o próprio testemunho coletivo da igreja local, a forma como seus membros amam uns aos outros, servem à cidade e vivem de maneira distinta, pode ser um poderoso fator de atração e uma forma de evangelismo na igreja (ver abaixo).
Equipando os membros para o evangelismo Pessoal: Capacitando testemunhas
Embora o evangelismo coletivo seja importante, a linha de frente do evangelismo na igreja geralmente ocorre através do testemunho pessoal dos seus membros em seus relacionamentos diários, na família, no trabalho, na vizinhança, entre amigos. Portanto, um papel crucial da missão da igreja local é equipar seus membros para esta tarefa. Isso envolve:
Treinamento: Oferecer instrução prática sobre como compartilhar o Evangelho de forma clara e relevante, como responder a perguntas comuns e como iniciar conversas espirituais.
Encorajamento: Criar uma cultura onde o evangelismo é valorizado, celebrado e apoiado. Compartilhar testemunhos de conversão e oportunidades evangelísticas pode inspirar outros.
Oração: Orar coletivamente por oportunidades de evangelismo, pela ousadia dos membros e pela salvação daqueles que estão sendo alcançados.
Recursos: Disponibilizar literatura evangelística, Bíblias ou outros recursos que os membros possam usar.
Uma igreja local missional não apenas faz evangelismo, mas é uma comunidade evangelística, onde cada membro se vê como uma testemunha de Cristo em seu contexto.
A importância do testemunho coletivo da comunidade: O amor que atrai
Talvez a ferramenta mais poderosa de evangelismo na igreja seja o testemunho coletivo da própria comunidade. Jesus disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35). Ele também ensinou: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16). Quando uma igreja local demonstra amor sacrificial, unidade genuína como explorado em Comunidade que Transforma, serviço humilde e um compromisso visível com a justiça e a compaixão, ela se torna um outdoor vivo da graça transformadora de Deus.
O amor e a unidade da comunidade cristã podem quebrar preconceitos, despertar a curiosidade e tornar a mensagem do Evangelho mais plausível e atraente para um mundo cético. O testemunho coletivo da igreja local valida a mensagem que seus membros proclamam individualmente.
Ao funcionar como um centro vibrante de evangelismo na igreja, tanto coletiva quanto pessoalmente, e ao viver de forma atraente como comunidade, a igreja local cumpre uma parte essencial de sua missão dada por Deus.
A Igreja local como ambiente de discipulado: Formando seguidores comprometidos
A missão da igreja local não termina com a conversão; na verdade, a Grande Comissão enfatiza “fazer discípulos”, o que implica um processo contínuo de crescimento e formação após a conversão inicial. O discipulado na igreja é o coração da missão, e a igreja local é o ambiente primário onde esse processo vital acontece. É na comunidade de fé que os novos crentes são nutridos, ensinados, corrigidos e equipados para se tornarem seguidores maduros e frutíferos de Jesus Cristo.
Discipulado integral: Quando aprender se torna viver
O discipulado na igreja bíblico é muito mais do que simplesmente transmitir informações ou conhecimento teológico. A Grande Comissão nos chama a “ensinar [os discípulos] a obedecer a tudo o que [Cristo] ordenou” (Mateus 28:20). Portanto, o discipulado visa uma transformação integral da vida – mente, coração, vontade e ações. Envolve aprender a pensar como Cristo, amar como Cristo, obedecer a Cristo e servir como Cristo em todas as áreas da vida. Um discipulado na igreja eficaz integra ensino doutrinário, formação de caráter, desenvolvimento de disciplinas espirituais e treinamento para o serviço e a missão.
O papel do ensino, da comunidade e da liderança no discipulado
O processo de discipulado na igreja local ocorre através de múltiplos canais interconectados, conforme descrito em Efésios 4:11-16:
Ensino: Como vimos no artigo sobre [Adoração, Ordenanças e Ensino], o ensino fiel da Palavra é fundamental. A pregação, os estudos bíblicos e as classes de doutrina fornecem o conteúdo necessário para o crescimento no conhecimento de Deus e de Sua vontade.
Comunidade: O discipulado não acontece no vácuo, mas em relacionamentos. A comunidade que transforma oferece o contexto para praticar o amor, o serviço, o perdão, a prestação de contas e o encorajamento mútuo, que são essenciais para a formação do caráter cristão.
Liderança: Líderes piedosos (pastores, presbíteros, mestres) têm a responsabilidade de equipar os santos para a obra do ministério, ajudando-os a crescer à “medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4:12-13). Eles modelam a vida cristã e guiam o processo de discipulado.
Mentoria e relacionamentos discipuladores
Além das estruturas formais de ensino e dos grupos comunitários, os relacionamentos de mentoria individualizada desempenham um papel crucial no discipulado na igreja. Crentes mais maduros podem investir intencionalmente na vida de crentes mais novos, compartilhando suas experiências, oferecendo orientação, orando juntos e estudando a Palavra. Paulo exortou Timóteo: “o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Timóteo 2:2). Essa cadeia de discipulado pessoal, de geração em geração, é vital para a saúde e a continuidade da fé.
O discipulado como preparação para a missão
É importante notar que o discipulado na igreja não é um fim em si mesmo. O objetivo final de fazer discípulos é capacitá-los a, por sua vez, fazerem outros discípulos e participarem ativamente da missão da igreja local. Um discípulo maduro é um discípulo que compreende e abraça o chamado para ser testemunha de Cristo e servir ao mundo em Seu nome. Portanto, o processo de discipulado deve incluir treinamento e oportunidades para o envolvimento em evangelismo na igreja, serviço comunitário cristão e apoio ao envio missionário. O discipulado forma missionários.
Ao ser um ambiente intencional de discipulado na igreja, a igreja local cumpre fielmente a Grande Comissão e garante que a fé seja transmitida e vivida autenticamente de geração em geração, preparando cada membro para cumprir seu papel na missão de Deus.
A igreja local que envia: Mobilizando além das fronteiras
A missão da igreja local não se limita às suas próprias fronteiras geográficas ou culturais. A Grande Comissão nos chama a fazer discípulos de todas as nações, o que implica um alcance global. Portanto, a igreja local também funciona como uma agência de envio missionário, identificando, preparando, enviando e sustentando aqueles chamados por Deus para levar o Evangelho a lugares onde Cristo ainda não é conhecido ou onde a igreja é fraca.
O Modelo de Antioquia: Enviados pela igreja local
O livro de Atos nos fornece um modelo claro de como a igreja local participa do envio missionário. A igreja em Antioquia, uma comunidade vibrante e diversificada, tornou-se a base para a expansão missionária de Paulo. Atos 13:1-3 relata:
“Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.”
Este relato destaca vários elementos cruciais do papel da igreja local no envio missionário: a liderança espiritual (profetas e mestres), a sensibilidade à direção do Espírito Santo (identificando os chamados), a confirmação comunitária (oração, jejum e imposição de mãos) e o ato de “despedir” ou enviar os missionários com a bênção e o apoio da igreja. Paulo e Barnabé não eram agentes independentes; foram enviados pela e prestavam contas à sua igreja local.
Identificando, treinando e enviando missionários
Seguindo o modelo de Antioquia, a igreja local hoje tem a responsabilidade de:
Identificar: Estar atenta aos membros que demonstram um chamado e dons para o ministério transcultural. Isso envolve oração, observação e diálogo.
Treinar: Prover ou facilitar o treinamento necessário para o ministério missionário, que pode incluir estudos teológicos, treinamento linguístico e cultural, e desenvolvimento de habilidades práticas.
Confirmar e Enviar: Reconhecer publicamente o chamado missionário, orar pela pessoa ou família e enviá-los formalmente como representantes da igreja local na missão.
Apoio missionário: Uma parceria contínua
O envio missionário não termina com a partida do missionário. A igreja local mantém uma parceria vital com aqueles que estão no campo. Esse apoio inclui:
Oração: Interceder regularmente pelos missionários, suas famílias, seu ministério e pelas pessoas a quem servem.
Sustento Financeiro: Contribuir generosamente para o sustento financeiro dos missionários, permitindo que eles se dediquem ao ministério.
Cuidado Pastoral e Comunicação: Manter contato regular, oferecer encorajamento, prestar contas e prover cuidado pastoral, mesmo à distância. Visitas ao campo missionário também podem ser parte desse cuidado.
Recepção e Reintegração: Acolher os missionários quando retornam para períodos de descanso ou ao final de seu termo, ajudando-os na reintegração à vida na igreja local.
Missão local e global: Responsabilidade dupla
É importante ressaltar que o envolvimento da igreja local no envio missionário global não a isenta de sua responsabilidade missional local. Atos 1:8 menciona um alcance progressivo: Jerusalém (local), Judeia e Samaria (regional/culturalmente próximo) e os confins da terra (global/transcultural). Uma igreja local missional busca equilibrar o envolvimento em todos esses âmbitos, reconhecendo que a missão começa em casa, mas não termina aí. O evangelismo na igreja local e o serviço comunitário cristão andam de mãos dadas com o apoio ao envio missionário para povos não alcançados.
Ao funcionar como uma agência de envio, identificando, preparando, enviando e sustentando missionários, a igreja local estende seu impacto para além de suas paredes e participa ativamente do cumprimento da Grande Comissão em escala global.
A igreja local servindo à Comunidade: Demonstrando o amor de Cristo em ações
A missão da igreja local não se expressa apenas através da proclamação verbal do Evangelho, mas também através de ações concretas de amor e serviço à comunidade ao redor. O serviço comunitário cristão não é um substituto para o evangelismo, mas uma demonstração tangível do amor de Cristo e uma ponte para compartilhar as boas novas. A relação entre igreja e sociedade é marcada por esse chamado para ser sal e luz, fazendo o bem e buscando a justiça.
Demonstrando o amor de Cristo através de boas obras
Jesus nos chamou para que a nossa “luz brilhe diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:16). As boas obras realizadas pela igreja local e seus membros são um testemunho poderoso da realidade do Evangelho. Paulo instrui: “enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6:10).
Tiago é ainda mais direto ao afirmar que “a religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tiago 1:27). O serviço comunitário cristão, motivado pelo amor a Deus e ao próximo, valida a mensagem do Evangelho e abre corações para ouvi-la.
Identificando necessidades locais: Sendo relevante no contexto
Para que o serviço comunitário cristão seja eficaz, a igreja local precisa estar atenta às necessidades específicas de sua comunidade. Isso requer ouvir, observar e construir relacionamentos com pessoas e instituições locais. Quais são as maiores carências na vizinhança? Há problemas de pobreza, fome, falta de moradia, desemprego, educação deficiente, solidão entre idosos, ou outras questões sociais? Ao identificar as necessidades reais, a igreja local pode direcionar seus recursos e esforços de forma estratégica e relevante, demonstrando que se importa com o bem-estar integral das pessoas em seu contexto. A missão da igreja local inclui ser uma presença relevante e benéfica onde Deus a plantou.
Obra social e cuidado com os pobres: O coração de Deus
A Bíblia revela consistentemente o coração de Deus pela justiça e pelo cuidado com os pobres, oprimidos e marginalizados (Salmo 82:3-4, Isaías 1:17, Miqueias 6:8). Portanto, o envolvimento da igreja local em questões de justiça social e o cuidado com os pobres e vulneráveis não são meras atividades opcionais, mas uma expressão essencial do caráter de Deus.
Isso pode envolver desde ações de compaixão direta (distribuição de alimentos, roupas, abrigo) até a defesa de políticas justas e o combate a sistemas opressores. Ao se posicionar ao lado dos que sofrem e lutar por justiça, a igreja local reflete o reino de Deus e Seu amor por todos, especialmente pelos mais necessitados. A relação entre igreja e sociedade é chamada a ser transformadora.
Parcerias estratégicas para o bem comum
A igreja local não precisa (e muitas vezes não pode) fazer tudo sozinha. Buscar parcerias estratégicas com outras igrejas, organizações não governamentais, escolas, empresas locais e órgãos governamentais pode multiplicar o impacto do serviço comunitário cristão. Colaborar em projetos que visam o bem comum da cidade demonstra unidade, otimiza recursos e permite alcançar resultados que seriam impossíveis isoladamente. Essas parcerias também podem criar pontes para o diálogo e o testemunho do Evangelho em esferas mais amplas da sociedade.
Ao se engajar ativamente no serviço comunitário cristão, identificando necessidades, buscando justiça e formando parcerias, a igreja local cumpre uma dimensão vital de sua missão, demonstrando o amor de Cristo de forma prática e sendo um agente de transformação em sua sociedade.
Conclusão: Abraçando o chamado missional onde você está
Ao percorrermos o mandato missional, o papel da igreja local no evangelismo na igreja, no discipulado na igreja, no envio missionário e no serviço comunitário cristão, uma conclusão se impõe: a igreja local é intrinsecamente missional. Sua saúde espiritual e sua fidelidade a Cristo estão diretamente ligadas ao seu engajamento ativo na missão de Deus no mundo. Não somos chamados a ser uma comunidade fechada em si mesma, mas uma força dinâmica de transformação, refletindo o amor e a verdade de Cristo em palavras e ações, tanto local quanto globalmente.
A Grande Comissão não foi dada a indivíduos isolados, mas à Igreja. É na igreja local que somos equipados pelo ensino, fortalecidos pela comunidade Comunidade que Transforma, capacitados pelo Espírito e mobilizados para cumprir nosso propósito missional. Seja compartilhando nossa fé com um vizinho, discipulando um novo crente, apoiando um missionário em terras distantes ou servindo aos necessitados em nossa cidade, tudo isso flui do nosso pertencimento e participação na missão da igreja local.
Portanto, o desafio final é pessoal e comunitário. Como você, como membro do corpo de Cristo, está abraçando seu papel na missão da igreja local? Como sua igreja local está cumprindo o mandato de fazer discípulos, proclamar o Evangelho e ser um agente de bem na sociedade? Não se contente em ser um espectador. Ore, envolva-se, sirva, contribua. Descubra como seus dons e paixões podem ser usados na missão. Encoraje sua liderança a manter a missão no centro da vida da igreja.
Ao abraçarmos juntos o chamado missional, não apenas obedecemos a Cristo, mas também experimentamos a alegria e o propósito de participar da maior causa do universo: a redenção de todas as coisas para a glória de Deus, um testemunho vivo da importância da igreja local.

Empresário, cristão e autor dedicado à história da fé cristã.
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